12 de abril de 2007

O AUTO-DE-FÉ DO MENINO TONECAS

Está a ser bonito o auto-de-fé que se levantou contra o primeiro-ministro. Desta vez não foi acusado de comer à sexta-feira nem de ter sido visto à meia-noite a dançar nu nos bosques. Ainda assim,as razões para o pretenderem queimar são as mesmas usadas há quinhentos anos: estás a mexer no meu bolso, ou no meu poderzinho, ou nos meus privilégios concedidos por Deus.
Não tenho dúvidas que o lado mais negro dos portugueses acabará por o apanhar. Como sempre aconteceu ao longo da história. Algum Távora martirizado se há-de arranjar para justificar a heresia de vir dizer alto o que o homem da rua sempre disse. E pior: fazer.
Sócrates não percebe que os portugueses não querem que as coisas melhorem. Gostam da mediocridade e da miséria. Para cantarem o fado e continuarem a soletrar s-a-u-d-a-d-e.
Nem que para isso tenha que vir um sempre-em-pé dar-lhes vozinha.

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